Ficha Técnica
Título: A construção de Jesus
Autor: José Tolentino Mendonça
Ano de edição ou reimpressão: 2015
Editora: Paulinas
Idioma: Português
Dimensões: 155 x 233 x 15 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 208
Peso: 348g
ISBN: 9789896734824
Sinopse
Entre tantos episódios que os Evangelhos relatam, o da pecadora que se arrisca por um território hostil apenas para tocar em Jesus (Lc 7,36-50) acabou por se tornar o meu objeto de trabalho bíblico durante anos, mas não só de trabalho: também de emoção, de imaginação, de afeto e de fé. O convívio com esse texto mudou completamente o meu olhar sobre Jesus e, com isso, posso dizê-lo, mudou também a minha vida.
Devo ter ouvido antes este episódio dezenas de vezes, mas o que me fez caminhar para ele intrigado, movido pelo espanto, foi um comentário do romancista japonês Shusaku Endo, no seu livro Uma vida de Jesus. O que Endo defende é que a peripécia da pecadora intrusa, que faz tudo para tocar naquele hóspede, é um momento central no Evangelho de Lucas, mais eficaz na transmissão de Jesus do que muitos outros, inclusive do que as histórias de milagres, porque dá de Jesus uma imagem surpreendentemente real.
Confesso que tive um sobressalto. A verdade é que, se até àquele momento me tivessem perguntado, eu diria que o trecho de Lc 7,36-50 é interessante, sim, singular na sua temática, e, pensando nas lágrimas da mulher, emocionalmente intenso. Não diria, porém, tratar-se de uma peça privilegiada para abordar o sentido de Jesus, como hoje creio. Que segredos estavam escondidos aos meus olhos?
Sobre o autor
José Tolentino de Mendonça é poeta, sacerdote e professor.
Nasceu na ilha da Madeira. Estudou Ciências Bíblicas em Roma e vive no Vaticano desde 2018, onde é responsável pela Biblioteca Apostólica e pelo Arquivo Secreto do Vaticano. Em 2019, foi elevado a Cardeal pelo Papa Francisco.
Tem publicado a sua poesia na Assírio & Alvim e, desde 2017, a sua obra ensaística na Quetzal. Para José Tolentino Mendonça, «a poesia é a arte de resistir ao seu tempo».
Os seus livros têm sido distinguidos com vários prémios, entre eles o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio Pen Club de Ensaio (2005), o italiano Res Magnae, para obras ensaísticas (2015), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2016), o Grande Prémio APE de Crónica (2016) e, mais recentemente, o prestigiado Prémio Capri-San Michele (2017).