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Lágrima

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Ficha Técnica

Título: Lágrima
Autor: Helder Moura Pereira
Ano de edição ou reimpressão: 2002
Editora: Assírio & Alvim
Idioma: Português
Dimensões: 145 x 205 x 7 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 64
Peso: 105g
ISBN: 9789723707199

Sinopse

Helder Moura Pereira nasceu em Setúbal, em 1949. Revelou-se como poeta em 1976, numa obra colectiva – Cartucho – em colaboração com Joaquim Manuel Magalhães, João Miguel Fernandes Jorge e António Franco Alexandre. Tem mais de duas dezenas de livros de poesia publicados, sendo este o segundo que edita na Assírio & Alvim. Também para esta editora traduziu: “Poemas de Amor do Antigo Egipto” (colecção Gato Maltês) e “O Fazer da Poesia”, de Ted Hughes (recentemente editado na nova colecção Testemunhos). Na colecção Assirinha, conta já com dois livros da sua autoria: “A Pensar Morreu Um Burro” (com ilustrações de Luis Manuel Gaspar) e “Os Poemas do Coelho Rámon” (com ilustrações de Ruth Rosengarten).

Dizeres o meu nome era a tua melhor carícia, não que gostasses
do som e o escolhesses para um filho. Era apenas o meu nome,
quando na sombra o vulto passava e quando ao sol contava
pulsações. Assim, projectando lazeres nos ramos das árvores,
lembrei-me como era possível voltar a escrever na casca.

E com o canivete fui rasgando corações, depois todo contente
fui fazer uma salada. À tarde apalpei-te e tu deste um gritinho.
Os leitores, dizias a rir, que vão achar os leitores dos pormenores
da tua vida íntima, secreta e privada? Tudo tem de ter
uma lógica, sabes bem, nem que seja a mentira de eu existir.

Mesmo num filme sério quando a imagem era cortante de beleza
o teu riso ecoava na sala e a gente culta fazia chiu e voltava
a cabeça para trás. Eu, muito envergonhado, jurava para dentro
de mim que nunca mais te levaria ao cinema. Contudo, ao mesmo
tempo, achava graça haver uma pessoa que achava graça a tudo.

Na cama tu nunca disseste o meu nome, um dia falei-te nisso
e respondeste que era melhor do que gritar é tão bom zé manel.
Afasta portanto as tuas pernas tensas para que eu possa passar
por inventor e julgar que ninguém faz o que eu faço. Ou então
faz-te difícil para que me sinta campeão da poesia mais boçal.

Sobre o autor

Helder Moura Pereira nasceu em Setúbal, a 7 de janeiro de 1949. Foi professor no Ensino Secundário e Assistente da Faculdade de Letras de Lisboa (Departamento de Estudos Anglo-Americanos). No King’s College da Universidade de Londres, como Leitor, ensinou Literatura Portuguesa. Lecionou também Português e Técnicas de Expressão do Português nos cursos de Formação Profissional da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa. Ingressou no Ministério da Educação em 1986, tendo exercido funções técnicas na área da educação de adultos, nomeadamente em animação de leitura e nos grupos de planeamento e redação da revista “Forma” e do jornal “Viva Voz”.

Foi técnico superior do Ministério da Justiça, em funções no Estabelecimento Prisional de Lisboa.

O seu trabalho poético tem vindo a ser publicado regularmente pela Assírio & Alvim, obtendo o reconhecimento do público e da crítica. É disso exemplo a atribuição de diversos prémios literários, entre eles o Prémio de Poesia Luís Miguel Nava e o Prémio de Literatura Casa da América Latina/Banif, este último pela sua tradução do livro “O Inútil da Família”, de Jorge Edwards. De resto, a sua atividade como tradutor é também notável e tem traduzido regularmente autores como Ernest Hemingway, Jorge Luis Borges, Sylvia Plath, Charles and Mary Lamb, Sade, Guy Debord.

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