Ficha Técnica
Título: Mazurca para dois mortos
Autor: Camilo José Cela
Ano de edição ou reimpressão: 2023
Editora: Quetzal Editores
Idioma: Português
Dimensões: 150 x 235 x 23 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 320
Peso: 440g
ISBN: 9789897228810
Sinopse
Um ritmo tão trágico quanto cruel, uma história de Espanha e uma galeria de personagens que nunca mais vamos esquecer. Explica por que razão Camilo José Cela foi premiado com o Nobel.
O cego Gaudencio só tocou duas vezes a mazurca «Ma Petite Marianne»: em novembro de 1936, quando mataram Baldomero Afoito, e em janeiro de 1940, quando mataram Fabian Minguela. Depois nunca mais quis voltar a tocá-la. Eram os tempos turvos e vingativos da Guerra Civil de Espanha.
Mazurca para Dois Mortos constitui uma impressionante rememoração do ambiente quase mítico da guerra, da Galiza rural e da violência humana. Um retábulo de vidas dominadas pela violência, pelo sexo e pela superstição atávica. Uma das melhores obras de um dos mais importantes escritores espanhóis contemporâneos, Mazurca para Dois Mortos alcançou em Espanha 18 edições em três anos e está traduzida em várias línguas europeias. É um genuíno tour de force quanto ao tratamento da forma narrativa. Estamos perante a obra de um dos mais altos expoentes da literatura espanhola, cujo perfeito domínio da ambiguidade e cuja capacidade para a criação de ambientes requintadamente insólitos só são superadas pelo manejo excecional das formas literárias.
Sobre o autor
Escritor espanhol, Camilo José Cela nasceu a 11 de maio de 1916, em Ira Flavia, na Corunha, e faleceu a 17 de janeiro de 2002, em Madrid. Formou-se em Direito pela Universidade de Madrid e tornou-se membro da Real Academia da Língua.
Ser filho de pai espanhol e mãe inglesa permitiu-lhe ter uma visão mais alargada da vida europeia.
Viajante incansável e produtor de uma vasta obra, revelou-se ao mundo como escritor de singular originalidade ressaltando de imediato a sua atenta visão de uma realidade espanhola que descreve e analisa como poucos. A sua obra maior insere-se na chamada Literatura do Pós-Guerra e na Literatura Picaresca.
Um dos maiores encantos da narrativa de Camilo José Cela é a sua linguagem perfeitamente ajustada a uma realidade típica; ou seja, Camilo José Cela não hesita perante o reavivar de expressões típicas e populares, muito esquecidas e desprezadas, mesmo, pela classe literária. De facto, o vocabulário popular que sempre existiu na fala mais local e rural, barrado ao nível do texto literário mas presente nos textos mais antigos, salta agora de novo ao serviço da realidade literária deste nobre escritor.
Camilo José Cela alcançou êxito imediato junto do público e da crítica com o seu primeiro romance La Familia de Pascoal Duarte (A Família de Pascoal Duarte, 1942), um livro que a mais de meio século da sua primeira edição é ainda hoje um dos grandes clássicos da literatura mundial.
Para além de romances, Cela escreveu também poesia e livros de viagens. É ainda o autor de conhecidas obras como Nuevas andanzas y desventuras de Lazarillo de Tormes (Novas Andanças e Desventuras de Lazarillo de Tormes, 1944).
Hoje ocupa um lugar cimeiro na literatura mundial, tendo sido galardoado, em Espanha, com o Prémio Nacional de Literatura e o Prémio Príncipe das Astúrias.
A Academia Sueca reconheceu oficialmente o incomparável valor da sua obra tendo decidido atribuir-lhe, em 1989, o Prémio Nobel da Literatura.
Em Português temos publicados os seguintes livros de Cela: La Colmena (A Colmeia, 1951), Pisando la dudosa luz del día, 1936 (São Camilo, 1969), Oficio de tenieblas 5 (Ofício de Trevas, 1974) e Mazurca para dos muertos (Mazurca para dois mortos, 1983), tendo este último sido galardoado, em 1985, com o Prémio D. Dinis.
Camilo José Cela é uma figura de primeira ordem na literatura de ficção.
Camilo José Cela. In Infopédia. Porto: Porto Editora, 2003-2011.