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O livro das comunidades

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Ficha Técnica

Título: O livro das comunidades
Autor: Maria Gabriela Llansol
Ano de edição ou reimpressão: 2020
Editora: Assírio e Alvim
Idioma: Português
Dimensões: 147 x 205 x 11 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 104
Peso: 236g
ISBN: 9789723719734

Sinopse

«O Livro das Comunidades», publicado originalmente em 1977 pelas Edições Afrontamento, é visto pela própria Autora como «o livro-fonte» de toda a sua Obra.

Com ele se inicia uma primeira trilogia – «Geografia de Rebeldes» – e um percurso que levaria Maria Gabriela Llansol a convocar para os seus livros, nessa primeira fase da sua Obra, um grande número de figuras que lhe permitiriam fazer uma leitura original e única da história da cultura europeia entre a Idade Média (místicos e beguinas, herejes e iconoclastas de vária proveniência) e o nosso próprio tempo (com a revisitação e reinterpretação de uma figura como a de Fernando Pessoa, objecto do último grande livro de inéditos saído na Assírio & Alvim em 2015, «O Azul Imperfeito»).

O sentido inovador deste livro-chave é dado pela autora numa carta-entrevista de 1980, onde escreve: «Quando acabei “O Livro das Comunidades”, reconheci a marca resultante desse encontro; o mesmo sucede quando abrimos as portas das sementes e a luz que sempre lá esteve nos indica a hora. Não se trata aqui de secretar mundo imaginário identificado com a irrealidade. A imaginação a que me refiro faz conhecer. É a criação de um tecido de singularidades».

A reedição d’«O Livro das Comunidades» pretende trazer de volta essa singularidade e assinalar, em 2017, no âmbito de outras iniciativas que o Espaço Llansol levará a cabo, o início quase absoluto desta Obra. Para marcar a diferença na reedição deste livro simbólico de Maria Gabriela Llansol (que neste momento se encontra esgotado), prevê-se a inclusão de um extratexto com imagens alusivas ao universo das figuras principais da linhagem da «Geografia de Rebeldes»: João da Cruz e Ana de Peñalosa, o místico Mestre Eckhart, o «teólogo da revolução» Thomas Müntzer e Nietzsche, entre outras.

Sobre o autor

Escritora portuguesa de ascendência espanhola, nascida no ano de 1931 em Lisboa. Licenciou-se em Direito e em Ciências Pedagógicas, tendo trabalhado em áreas relacionadas com problemas educacionais. Em 1965, abandonou Portugal para se fixar na Bélgica. Regressou a Portugal nos anos 80. Considerada uma autora cuja escrita é hermética e de difícil inteligibilidade para o leitor comum, é, no entanto, apontada por muitos como um dos nomes mais inovadores e importantes da ficção portuguesa contemporânea. A sua carreira literária iniciou-se com Os Pregos na Erva (1962), obra que inaugurou uma nova forma de escrever, embora estruturalmente se assemelhe a um livro de contos. Publicou de seguida Depois de os Pregos na Erva (1972), O Livro das Comunidades (1977), A Restante Vida (1983), Na Casa de Julho e Agosto (1984), Causa Amante (1984), Contos do Mal Errante (1986), Da Sebe ao Ser (1988), Um Beijo Dado Mais Tarde (1990), com evidentes ressonâncias autobiográficas, Lisboaleipzig 1: O Encontro Inesperado do Diverso (1994), Lisboaleipzig 2: O Ensaio de Música (1995), Ardente Texto Joshua (1998) e Onde Vais Drama Poesia? (2000).

No caso de Maria Gabriela Llansol dificilmente se podem aplicar designações tradicionais como conto, romance ou mesmo diário. Apesar de se detetarem elementos tradicionais da narrativa, as suas obras, mais do que narrativas, são conjuntos de pequenos quadros e meditações. A ação localiza-se geralmente na Alemanha ou em regiões próximas, nos primórdios do Renascimento, num ambiente fantástico em que à volta de Copérnico, Isabol ou Hadewijch se movimentam personagens inspirados em pensadores místicos como San Juan de la Cruz e Eckhart e filósofos como Nietzsche e Espinosa.

Os diários Um Falcão no Punho (1985), considerado o ponto de viragem no que toca à cada vez maior inteligibilidade da sua escrita, e Finita (1987), distinguem-se das obras ficcionais pela sua aparente ordenação cronológica e pelas reflexões sobre a conceção materialista em que se baseia a mística e a poética da autora.
Um dos traços mais marcantes de toda a sua produção consiste na constante negação da escrita representativa, com inserção no texto de diferentes caracteres tipográficos, espaços em branco, traços que dividem o texto, perguntas de retórica, aspetos que contribuem para a sensação de estranheza que os seus textos provocam.

Levando às últimas consequências a criação de um universo pessoal que desde os anos 60 não tem paralelo na literatura portuguesa, a obra de Maria Gabriela Llansol faz estilhaçar as fronteiras entre o que designamos por ficção, diário, poesia, ensaio, memórias, etc.

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