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Título: Entre rezas e romarias
Autor: José da Silva Lima
Ano de edição ou reimpressão: 2011
Editora: Universidade Católica Editora
Idioma: Português
Dimensões: 160 x 230 x 10 mm
Encadernação: Capa mole
Páginas: 181
Peso: 266g
ISBN: 9789725403082
Embora os crentes acendam velas e façam voltas a capelas, a sua piedade mudou de campo, apesar de continuar a aparecer na cena mais nobre dos media com o mesmo vislumbre. Vive-se num mundo novo, repleto de novas ferramentas que os crentes teimam em utilizar.
A novidade vai dando a mão ao mais antigo e teima em fazer a notícia. A liberdade é mais um valor do momento e os ritos fabricam outras plataformas. Usam-se as fotos como se de nipónicos se tratasse e as câmaras de vídeo registam para os defuntos o que será visto em outra vida. Muitas crenças se promovem e facilmente ganham espectadores que fazem de mirones.O virtual promove e amplia. A cultura é mais de power-points e de blogs na esfera virtual, mas o que se vive vai depressa para um outro planeta e entra em casa do amigo em tempo real. O tempo é de muita velocidade. O mocho nem tem tempo de piar, nem a jaculatória tempo de ser pronunciada. As rezas são ditas mais depressa e as romarias demoram, talvez, o mesmo tempo.
No visor vestem-se de mais cores e a sensação dá mais vigor à lide. O Espírito Santo contenta-se com o latente e os Santos potenciam a felicidade. No palco de toda esta encenação há muita luz, flores e grande fervor.Há muitos caminhos percorridos e muitos mais a percorrer. Mesmo a pé, a procissão de velas terá mais devotos e repetidas ave marias. As guirlandas e os altifalantes farão parte da festa e não haverá cansaço ao amanhecer. Dos anos que passaram falam os doutos e os pregadores. Em Puebla e em Roma houve doutrina. Paulo VI benzeu com um hissope de bom discernimento. Cantamos as modas mais antigas, mas damos um pulinho ao mais moderno.
Nunca esquecemos a metáfora que devolve o que tinha saído da memória da gente na Piedade Popular.
José da Silva Lima nasceu em Vila de Punhe, Viana do Castelo. Frequentou os Seminários de Braga onde, em 1978, obteve o grau de Bacharelato em Teologia (Faculdade de Teologia – UCP, Lisboa). Como Bolseiro do Ministère des Affaires Étrangères (Embaixada de França), estudou no Instituto Católico de Paris. Doutorou-se em Teologia, em abril de 1986. Estudou, também, na Sorbonne (Paris IV), onde se doutorou conjuntamente em História das Religiões, com a dissertação de doutoramento conjunto, publicada em Lille (1986) sob o título “Dieu. Je n’ai rien contre Lui”.
É Mestre em Antropologia Social e Sociologia comparada pela Escola René Descartes (Paris V, 1984) e Doutor em Antropologia (cultural e social), equivalência da Universidade Nova, 1987. Em 1999, foi bolseiro da JNICT para investigação nos EUA, particularmente no âmbito da Teologia Prática, sendo convidado da Western Jesuit School (Cambridge). Lecionou matérias da sua especialidade nas comunidades portuguesas dos EUA, Boston e Fall River, bem como na Waseda University (Tóquio), na cátedra do Prof. Fumiya Kuramochi. Foi Presidente da C. I. do Centro Regional de Braga, 1999-2007, recuperando o Campus Camões, instalando nele os Serviços Centrais da UCP-Braga e a Faculdade de Ciências Sociais, presidindo à sua Comissão Instaladora (2001-2004).
É membro do Conselho de Redação de THEOLOGICA e fundador das Revistas MEMORIA (Instituto Católico, Viana do Castelo) e Revista da Escola Superior de Educação (Viana do Castelo). É Professor de Teologia Pastoral e de Cristologia na Faculdade de Teologia da UCP, Braga, desde 1987.
Sacerdote da diocese de Viana do Castelo (1978), foi co-fundador e diretor da Escola Superior de Teologia (Instituto Católico), membro do Conselho Presbiteral e Vigário Episcopal para a Cultura. Publicou dezenas de artigos em Revistas da especialidade e as obras: “Deus: Não tenho nada contra” (Porto, 1994), Uma parábola: Eucaristia e Festa (Braga, 2000).
